domingo, 27 de março de 2016

O começo pelo meio

Há cerca de dois anos eu estava em um tipo de crise que acredito ser comum à maioria das pessoas que se encontram nos vinte e poucos anos. Tinha terminado a faculdade, estava trabalhando em lugares que me pagavam mal e não tinha perspectiva do meu futuro. Eu não me reconhecia. Não entendia o que tinha acontecido pra simplesmente parar no tempo e viver em modo automático...eu nunca fui assim.
Comecei a me esforçar pra sair da zona de conforto. Trabalhava em vários lugares, tentei me envolver em coisas novas...algo ainda faltava. Foi a partir de então que decidi tentar um programa de mestrado em um estado longe do meu. Morar longe da família e dos amigos, experimentar uma cultura diferente, viver uma nova rotina e conhecer outras pessoas. Eu consegui. Se o objetivo era sair da zona de conforto, eu finalmente consegui.
Passei  a conviver com gente diferente, aprendi a ver o lado ruim das pessoas, me apaixonei, cresci academicamente e emocionalmente. Mas o vazio permanece.
Comecei a pensar se realmente o que eu queria estar nessa experiência, e cheguei à conclusão que não. Sinto falta de tudo o que deixei pra trás, e penso nisso todos os dias.
Mas se eu deixei tudo pra trás porque estava insatisfeita, por que agora quero voltar? E por que eu sei que quando voltar sentirei o mesmo novamente?
Vivemos rodeados de pessoas que sempre nos demandam algo, esperam coisas de nós...talvez esse seja o ponto. Eu preciso constantemente sair da minha zona de conforto para confortar os outros.
Tudo o que vivi é válido, mesmo que não seja o que eu desejo pra mim, pois me fez quem sou hoje. Mas se tem algo que aprendi, é que infelizmente precisamos ser mais egoístas.