quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Inconstância, teu nome é humano!

Auto Retrato na tua Inconstância - A. Limpo

Perdida em divagações que nem mesmo sei se fazem sentido. Meu tempo agora é um contínuo desperdício com coisas que todos dizem ter importância, mas que para mim agora são como se nunca tivessem sido relevantes. Mesmo assim, alguns flashs aparecem esporadicamente como sonhos longínquos de uma vida que não lembro de ter vivido, imagens de uma pessoa que não lembro de ter sido...mas fui. Somos uma constante metamorfose ambulante, um complexo complexificado de complexidades, seres de difícil compreensão e de uma imprevisibilidade que deixa a Psicologia em uma batalha secular por seu lugar na ciência.
Agora o medo me assola mais uma vez em decorrência dessa mudança de objetivos...se o que antes era um propósito de vida, hoje já não o é. O que amanhã for o novo propósito, ainda o será na semana que vem? Um dia eu disse a um amigo que a beleza e o sabor da vida era a busca incansável de objetivos, mas naquela época eu pensava que os mesmos eram substituídos por outros após terem sido alcançados...parece que até meus ideais já não são mais os mesmos.
O cansaço agora superou o medo que antes habitava, mais uma prova de mudanças, pois até o que sinto virou carnaval, em um minuto uma coisa, noutro tudo já está parcialmente modificado...não estou mais de acordo com essas palavras. Texto inútil!

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Torpor

Agora já não sinto coisa alguma. Somente o vazio à minha espera, ou o mundo que não consigo ver, sentir ou ouvir...a percepção foi-se.
Agora são tudo águas passadas. O vento e a água continuam seu curso, e a minha vida deveria ter tomado o seu. É o nada que sinto.
Agora coisa alguma me magoa, e meu corpo está inerte aos desejos..."Inércia, onde estás?"
Talvez seja bom esse momento que não sei se é bom pois não o sinto. Mas minhas palavras insistem que já passei por isso. "O quê? A dormência?"
Não há nem mesmo dormência, pois o não sentir é a falta de senso-percepção...é o oco do universo, o buraco negro (se existir!).
Agora consigo sentir...o nada!