sábado, 10 de dezembro de 2011

Inconstância!

Fortemente me abrace nessa noite chuvosa de domingo, pois não sei pra onde vou depois que isso tudo acabar. Temo que nossas vidas se separem e tudo que construímos se dissolva como as cinzas do incenso que acendi quando fizemos amor pela primeira vez. Até parece que fazem séculos desde aquele dia. Eu lembro do quanto senti vontade de dizer que te amava naquele momento, mas temia que você achasse que nosso lance era apenas físico. Aí você me disse, "Eu te amo", enquanto eu mordia sua orelha, e minha surpresa foi tão grande que até hoje você tem a cicatriz daquela mordida. Me desculpe amor, por ainda hoje ter medo de te perder. É que sentir você assim tão perto de mim, me aquecendo do frio enquanto a chuva cai lá fora me fez perceber que todo o meu senso de independência cai por terra com você do meu lado.

sábado, 3 de dezembro de 2011

Brumas

Elas são encantadoras, místicas, mas ainda assim nos escapam quando pensamos que podemos nos aproximar cada vez mais. Essa névoa nos envolve para lugares secretos que não conhecemos, e que desconhecemos a sua existência até encontrarmos de verdade. São lugares cheios de elementos que preenchem os nossos sentidos, que nos entorpecem com sua magia e sabedoria, mas nem todos conseguem atravessar as brumas. Só aqueles de coração puro e de boas intenções guardam consigo o poder que a natureza exala em todos os seus aspectos, e conseguem sentir a névoa puxando seus corpos para seu universo inexplicável e complexo, um universo que muitos buscam, mas que poucos experimentam quando o amor toca-lhes o peito.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

A Conversa que paira no ar

Um sorriso, um abraço, um carinho...
...parece ser só isso a que ele se resume, mas não é.
Ele tem uma energia positiva, diferente, uma presença que sempre me faz sorrir.
Me lembro dos comentários que ele fazia da minha cara de sono,
de como eu o "empolgava", dos meus abraços frios e distantes.
Ele sempre me nota nos mínimos detalhes, desde a roupa que visto,
até a tonalidade do meu cabelo.
É por isso que não consigo esquecê-lo,
é por isso que me afasto, mas logo volto a ceder a seus encantos,
à forma brincalhona com que ele me elogia e tenta me colocar pra cima.
A vontade que eu tenho é de olhar para aqueles olhos, respirar fundo e dizer:
"Meu bem, fica comigo".
Algo que parece tão simples vem sendo remoído há muito tempo,
diante da forma como ele lida com as mulheres.
"Eu sou só mais uma garota que ele trata com atenção", penso.
Isso machuca às vezes...e talvez nem seja verdade.
Mas eu nunca vou saber enquanto esse medo permanecer.

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Explosion


It's over!
Minhas forças se foram...não suporto mais engolir tudo como se fossem coisas ruins que demonstram minha face humana...como se eu não fosse humana! Agora parece que tudo dói mais, ou que há uma intensidade maior que me incomoda profundamente. E se eu permitir que tudo se exploda? Se eu gritar um FODA-SE sem medo de consequências...até parece!!! Parece que o big-bang está pra acontecer, e eu tenho medo que seja a qualquer momento, sem que eu esteja pronta para a criação desse novo universo...shit!
Como olhar, como falar, como sorrir, sem que ninguém note o que está se passando? Parece que virei perita nisso, mas agora quero ser percebida, quero que o mundo me note, quero que vejam como estou, quero transparência...e não consigo!!!

domingo, 25 de setembro de 2011

Visceral

Minha carne esquenta por dentro e faz borbulhar coisas que pensei que não mais existiam. Pareço febril, a face se mostra ruborizada facilmente...só basta um suspiro e o mundo gira. "Estou doente", a voz ressoa insistentemente. São tonturas que nem montanhas-russa me causaram...fico enjoada ao menor pensamento que ouso ter. É algo que mexe e desloca tudo dentro do meu corpo, que agora se move vagarosamente e com uma delicadeza que eu não sabia que tinha. Sinto fisgadas no estômago e o suor frio que escorre pela minha nuca em situações inusitadas..."Não quero isso", a voz racional teima em me alertar. As vísceras simplesmente respondem instintivamente aos apelos da minha pele, que arde em brasas ao mais singelo toque e pede por mais e mais. "Não cedo", minha voz defensora declara irrevogavelmente, e a partir de então guardo tudo na caixa toráxica, onde ninguém alcança o olhar.

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Turvos

No hospital, coisas do passado me assombram...não consigo parar de pensar nisso e não me sinto bem.
Olho pra frente e alguém me observa, então escrevo. Olho novamente e ele parece escrever também.
Dei ideia, penso cá com meus botões.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Paradoxos

A minha alma fervilha em contradições novamente. Ainda me sinto entorpecida diante de novas possibilidades que surgem dia após dia, e que não sei dizer não. Enquanto isso uma voz persiste em gritar ao meu ouvido: "PARE!". Isso só me atrapalha, me desconcentra. Preciso produzir, preciso produzir, preciso produzir...tenho que produzir!!! Tenho mesmo? Ela me pergunta. Acho que não darei mais ouvidos à sua sensatez...ela é muito verdadeira. Preciso me enganar mais um pouco...por enquanto, ou pelo menos enquanto eu suportar, e não surtar...

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Somente

Do que me resta tentar mais uma vez? Somente a esperança de que vai dar certo alguma vez.
Será mesmo que tem alguém que vale a pena na minha vida? Somente umas poucas, mas que valem por muitas.
O tempo está passando, e minha vida vai com ele. Somente o indesejável. Porque tudo de bom eu carrego comigo. Fico imaginando se pra tudo tem um "somente", ou se na verdade não passa de um "se".
Se algo der certo, se houver alguém, se realmente estou levando algo de produtivo com tudo isso...
Filosofar demora demais e nunca traz as respostas de que preciso. Às vezes penso que a vida é curta demais pra filosofar. Enquanto divago entre o somente e o se, o sol se põe lá fora, minha avó está sentada sozinha na cozinha, ouço os passarinhos cantarem...eles vivem, penso eu. SE essa máquina me trouxesse uma vida ao modo natural e simples, ela não seria feita de SOMENTE, mas de assertividade.

domingo, 8 de maio de 2011

A melhor mulher do mundo


Ela é a pessoa que consegue ter o peso do símbolo de instituição familiar e ainda ser a maior amiga que tenho. Parece a maior demagogia...mas é a pura verdade. Ninguém entende o vínculo que temos. Minha irmã e meu pai costumam defender a idéia de que somos advogadas uma da outra. Mas eles também não entendem.
Eu sempre disse pra ela que “Rock’n Roll Lullaby” era nossa música, pois quando eu nasci ela tinha somente 19, e meu pai “caía na estrada” por vários dias (era seu trabalho, não o culpo). Só tínhamos uma à outra. Mesmo com a ajuda das minhas avós, nada supria aquilo que vivíamos, e ainda me recordo do ritmo da canção de ninar que ela embalava quando estávamos juntas.
Minha mãe é a única que consegue completar o que estou pensando, foi a única que incentivou que eu “desse a cara a tapa” nos meus conflitos amorosos, e será a única que eu sei que sempre será 100% honesta comigo.
Te amo. De coração pra coração. PLOC!

P.S.: Para quem não conhece a letra de Rock'n Roll Lullaby, aí está o vídeo com legenda nesse link: Rock'n Roll Lullaby


quarta-feira, 16 de março de 2011

"It's over"

Eu olho para as teclas e penso, "Acabou". Nada me vem à mente, nada mais permeia meus pensamentos...está tudo vazio. As inquietações, tormentas, os amores e sofrimentos...as alegrias. Minha vida está vazia. Tudo me lembra uma fila de peças de dominó que não pára que desabar...um, após outro, após outro, após outro...e o mundo desaba. Assim como nada pior do que a indiferença entre as pessoas, não há nada pior do que o vazio em si mesmo.
Sinto como o jovem Pip do romance de Dickens, à espera de suas "Grandes Esperanças". Essa ambiguidade se encaixa perfeitamente, à medida que minhas esperanças se foram e espero que elas cheguem no clímax da minha trajetória, vestidas à rigor para os grandes momentos. Por hora, fica somente o vazio a me acompanhar nesse percurso longo e sem obstáculos ou paradas, como uma "infinita highway" composta de antimatéria.

segunda-feira, 7 de março de 2011

"A casa de areia e névoa"


Por falta de criatividade, inspiração, transpiração ou como quer que chamem, trouxe uma proposta um pouco diferente pra essa postagem, mas não menos valiosa! Assisti esse filme em plena madrugada e fiquei indignada por esse belo trabalho ter sido exposto pra poucos privilegiados com insônia.
A trama envolve uma crítica ao sistema imobiliário americano e suas falhas burocráticas, além de uma crítica à forma preconceituosa como os imigrantes são tratados nos E.U.A.. Um enredo que a princípio aparenta ser completamente "cabeça" (entediante), também envolve uma dose extra de drama bem "costurado" nas duas histórias paralelas que tendem a se unir no ponto clímax do filme. Emocionante! O tipo de enredo que não tem como proposta apontar ou julgar "certo ou errado". Nem mesmo quem assiste consegue fazê-lo!


Título original: (House of Sand and Fog)
Lançamento: 2003 (EUA)
Direção:Vadim Perelman
Atores:Jennifer ConnellyBen Kingsley, Ron Eldard, Frances Fisher.
Duração: 126 min
Gênero: Drama

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Revolta

As lágrimas escorrem com ímpeto, mas a indignação não passa. Tudo o que faço parece vão. Reconhecimento? Não. Gratidão? Jamais. É somente obrigação. A vidinha que já parecia vazia, agora também se torna inútil.Pra quê tanta dificuldade? Por que esse caminho tortuoso que só eu devo seguir?
Só o que penso quando meu peito martela as dores da revolta é: Por que mesmo assim me preocupo tanto?
Cansei de autoflagelo e da comiseração, mas não consigo parar com isso...CHEGA! minha voz grita, mas esse grito não tem convicção. Até eu mesma percebo isso.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

As virtudes que procuro


Não compreendo minhas palavras, ou até mesmo o que espero que elas produzam..."Qualquer coisa faz a mínima diferença", é o que penso. Depois de tanto divagar, confessar e desabafar, não sei mais o que tenho como objetivo ou meta. Não sei mas por que estou aqui. Sou mais um grão de areia nesse infinito de desejos ou indiferenças existentes no universo. Penso: "Que diferença a minha existência pode fazer não é mesmo?" "Qualquer coisa faz a mínima diferença", é o que já não penso mais.
Tudo o que escrevo, e de certa forma defendo parece sempre inconstante e perturbador. "Não sei se quero mais isso", é o que estou pensando no momento. As letras simplesmente flutuam como bolhas de sabão ao vento, sem sentido, o que não deixa de ser admirável. Elas vão sempre perambular diante dos meus olhos, pelo menos enquanto as respostas que busco não se tornarem convincentes o suficiente, para o meu falso senso crítico!!! "Acho que voltei à estaca zero novamente", é o que penso agora.