quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Sobreposições infinitas


A compreensão do que se passa com o outro é bem difícil, mas, a pior de todas é a auto-avaliação. Desde que a palavra se tornou minha companheira de confissões estou me deparando cada vez mais com a minha própria face, quer dizer, minhas próprias faces. De todos os choques que uma pessoa pode receber, esse tem sido o pior pra mim nos últimos anos, descobrir que sou várias, e que sou imprevisível até para mim mesma, pois não importa o quanto você se conheça, você nunca conseguirá se conhecer em plena essência. Então agora me sobressalto com o que eu pensava que estava conseguindo, em contraposição ao que acabei de afirmar. Sou contraditória até em minhas próprias conclusões...que caos!!!! Eu não me conheço então? Tal questionamento me levou às lembranças de infância, dos ensinamentos maternos, e daquelas frases feitas: "Não fale com estranhos!"
Partindo do pressuposto de que nossos pensamentos são vozes que conversam entre si, não posso mais pensar, pois não posso falar com a estranha que me habita. E como um turbilhão de descobertas, me veio à mente os últimos pensamentos que me permiti para concluir essa postagem: "Usando o axioma já obsoleto de Descartes (Penso, logo existo), dou por encerrada a minha existência!"

domingo, 20 de setembro de 2009

"O bom da vida é ser besta"

Tudo começou com algo do tipo "A noite não é uma criança, mas faz crianças", dito por alguém que sempre entendeu de futurologia...e não sabe disso. Depois tudo foi como lembranças de um sonho com gosto bom. Rostos de pessoas influenciáveis, de pessoas que não ligam e ligam pra o depois, de pessoas que dançavam loucamente com outras pessoas que não devem ser nomeadas, de pessoas que tomavam vinho como se fosse água, de pessoas que nunca lembro como se chamam, e principalmente de pessoas que nunca vou esquecer. Pois é. Apesar de não lembrar com clareza de momentos que devem ter sido ótimos, desses rostos eu com certeza me lembro. E lembro também de como estavam meus sentidos. Eu ainda sinto as luzes avermelhadas perante meus olhos, e aquele batuque muito louco que com certeza deve ter mexido comigo, pois ainda ressoa em meus ouvidos. Sinto um gosto muito doce e forte de algo que tocou minha língua lá pelo meio da noite (mas não me importo, pois há um amigo que tem um fígado extra pra me ceder), e ainda sinto um toque sobre meu braço, pois parece-me que a pele tem uma memória sem falhas. Tudo isso não podia ter desfecho melhor. Dessa parte já me recordo bem. A vagar pelas ruas silenciosas em plena madrugada, perdida das pessoas com quem pretendia voltar, a procura daquelas com quem eu voltaria de fato. O resto é resto. Músicas de desenho  animado, Beirut e Arctic Monkeys, uma cadeira de rodas, um colo acolhedor, e o amanhecer do dia. Voltei para casa com um pouco da vergonha que a sobriedade estava trazendo, e muita fome, para mais um dia comum da minha vida. Hoje não sou a mesma, pois percebi que o bom da vida é ser besta e não dar ouvidos a minha maldita consciência que só existe pra me atormentar.

domingo, 13 de setembro de 2009

Um último vinholão

Esses momentos inesquecíveis sempre começam com uma sobriedade além da conta, quando tudo está legal mas poderia ser melhor, quando todos se divertem mas algo ainda não está completo...e então alguma coisa de repente muda na sua cabeça, e a sobriedade se manda de mansinho, mesmo que o álcool não esteja presente pra dar uma força. Uma certa vez, li em algum lugar, que um certo cara disse algo do tipo: "A embriaguez é necessária ao homem". Eu mudaria e diria ao ser humano, em função das minhas convicções que defendem a igualdade de sexos...mas isso não vem ao caso no momento!! O que realmente importa é que por mais que haja uma consciência incansavelmente impertinente, esses raros momentos em que posso não ligar para regras ou para o que os outros pensam, pois minha mente está leve demais pra se preocupar com isso, são esses momentos que posso gravar pelas sensações que senti, e não por meras imagens gravadas na memória, afinal, creio que não exista memória para um ébrio, somente impressões vagamente prazerosas de momentos turvos que resultaram em uma ressaca infernal.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Je t'aime

Amor, sentimento profundo e insano
que transforma minutos em horas,
horas em dias, que amolece até
os mais duros corações com seu encanto.

Amor, como pode ele ter tanto poder?
Poder este que nos faz mergulhar em sonhos
esperançosos com desejos doces e puros
como um raio de sol no amanhecer.

Se a melodia dos anjos for tão bela
quanto sua voz, decerto que
eles estão a imitar-te.

Por que este amor dilacera-me como uma fera?
Quando em meu peito há uma voz que grita te amo.
Amo-te, oh! Como amo-te, te amo.

by Anônimo